Em perfil, menciono que além de psicóloga clínica, sou consultora em desenvolvimento humano e organizacional, responsável pela qualificação do método Birkman, pela Fellipelli. Como é instrumento ainda pouco conhecido, achei que seria interessante falar um pouco a seu respeito e como minha história com ele aconteceu.
O Método Birkman é um valioso instrumento de autoconhecimento, muito utilizado em vários países para diferentes finalidades, principalmente na área empresarial. Minha relação com esse instrumento começou de maneira bastante inusitada: não fui eu quem fui atrás dele; foi esse instrumento que chegou a mim…
Em função do meu prazer em estudar, um amigo me convidou para mergulhar em um instrumento, adquirido pela empresa onde ele trabalhava na época, mas não desenvolvido ainda. Gostei do desafio e aceitei. Até então não havia tido contato algum com a área organizacional e empresarial. Confesso inclusive que era bastante receosa e preconceituosa a esse respeito. Contudo, estudando e me aprofundando nesse instrumento, minha opinião foi sendo reformulada. O potencial de atuação e transformação que este instrumento contém definitivamente me cativou.
Encontrei muitas dificuldades ao longo desse processo, até aquele momento (janeiro/2008) minha experiência era exclusivamente clínica. Nunca havia trabalhado em empresa, portanto era difícil entender, ou mesmo, aceitar os ditames coorporativos. Dentre as dificuldades encontradas, meu histórico com o meio científico e acadêmico atravancou o processo: enquanto não levantei material a respeito da história do instrumento, quem o desenvolveu, em que contexto, em que momento histórico, o estudo do instrumento não conseguia deslanchar… Minha percepção (posso estar redondamente enganada…) é que infelizmente no universo empresarial a profundidade do conhecimento não é muito almejada. O que é valorizado é a compreensão rápida e eficiente, o que provocou muita dificuldade em meu processo de estudo, de forma que minha preocupação não foi vista como um problema de fato. Foi trabalhoso, mas após muita busca na internet e levantamento de todo material disponível que a empresa dispunha finalmente consegui buscar tais informações. A partir daí, minha paixão pelo instrumento nasceu! Aos poucos fui constatando toda sua credibilidade cientifica com estudos recorrentes de validação e toda a seriedade com que os dados produzidos pelo questionário são trabalhados.
Somando-se a isso, minha experiência como sujeito do Método Birkman só reforçou o valor deste instrumento para mim. Através dele ficou clara minha dinâmica de funcionamento relacional e organizacional e assim, ficou mais fácil de entender meu bloqueio inicial de só conseguir me apropriar do instrumento, após levantar seu histórico científico. O método Birkman avalia várias dimensões do comportamento, dentre elas, as áreas de interesses do indivíduo. Uma das áreas mais expressivas no meu relatório é justamente a área científica, que tem como característica marcante o interesse pela compreensão de como as coisas funcionam, de onde vieram. Desta forma, pude perceber na pele o valor do Método Birkman para meu desenvolvimento pessoal e profissional. Pude perceber que minha busca não era mera implicância, como poderia soar, mas uma necessidade genuína minha para a apropriação de um novo conhecimento. Meus colegas de trabalho também puderam constatar isso, de forma que a relação de trabalho pode fluir com naturalidade e leveza e principalmente, com respeito pela diferença, que nesse caso teve muito a acrescentar.
Portanto, para mim, o Método Birkman não se restringe apenas ao universo organizacional, ele pode ser utilizado como um grande aliado no processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Sou muito grata à Adriana Fellipelli por ter confiado na indicação do meu amigo e ter apostado e investido em meu potencial científico e clínico e, mesmo sem ter qualquer experiência na área coorporativa, confiou e acreditou em minha contribuição para a implementação da qualificação do instrumento, que hoje faz parte de minha vida pessoal e profissional.