Como minha área de atuação foi ampliada, além de psicóloga agora sou coach também, achei interessante e oportuno falar sobre essas duas formas de atuação.
Em post bastante antigo, Desmistificando a Psicoterapia (9 de junho de 2009), abordo mais profundamente a questão da Psicoterapia. Agora, vou explicar as diferenças desses dois processos.
Apesar do título parecer um duelo, quero deixo claro que não se trata disso. Coaching não é melhor que Psicoterapia, nem vice-versa. São processos distintos, com focos diferentes e um ou outro pode ser mais adequado, dependendo da demanda apresentada e do momento que a pessoa interessada se encontra.
Coaching e um processo focado no futuro, em um objetivo final, em uma meta a ser atingida. É um processo de começo, meio e fim. Você quer conquistar algo, mas para isso precisa desenvolver competências e comportamentos específicos para chegar a esse fim. Desta forma, entende-se que o indivíduo que procura o Coaching está psiquicamente saudável, sem traumas ou questões emocionais que possam atrapalhar o processo. Como mencionei, o foco está no futuro! Eu quero, eu desenvolvo, eu consigo!
A pessoa tem que estar preparada e engajada para o processo de coaching. Precisa ter energia, porque desenvolver competências exige muita dedicação, treino, disposição. É claro que dificuldades aparecerão ao longo do processo e existem muitos recursos para lidarmos com elas, mas volto a frisar: o foco está no futuro, na meta e não em aprofundar a questão emocional que está na base na dificuldade.
Questões emocionais entram no campo da Psicoterapia, é neste processo que abordaremos profundamente as emoções, os conflitos, os traumas e aí é inevitável termos que revisitar o passado. Na Psicoterapia, também temos o foco no futuro, mas é um foco diferente, na organização das nossas bagunças emocionais.
Diria até que são processos complementares. Pode ocorrer de durante o processo de Coaching esbarrarmos em uma questão emocional importante, diretamente relacionada à meta, que precise ser trabalhada para que a meta possa ser atingida. Aí é que vemos a complementariedade: a Psicoterapia entra como um braço auxiliar no processo de Coaching. Contudo, é importantíssimo deixar claro que mesmo sendo um braço, é um processo distinto, o que implica uma outra relação com outro profissional. Por exemplo, mesmo sendo coach e psicóloga jamais poderei atender simultaneamente uma pessoa em Coaching e Psicoterapia. Além de antiético é anti-produtivo! Como diz o ditado popular: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa…
O mesmo pode acontecer com a Psicoterapia, ao longo do processo, a pessoa percebe o desejo de conquistar algo, por exemplo, uma promoção profissional, mas para atingir isso tem que melhorar suas habilidades de liderança. Aí entra o Coaching, também paralelo e complementar ao processo psicoterapêutico.
Espero ter esclarecido as diferenças e riquezas desses processos que estão a serviço do autoconhecimento. Até mais.