Dia 27 de Agosto dia do Psicólogo, data comemorativa, mas convenhamos, todos os dias são nosso dia!

Ser psicóloga para mim, além de ser minha identidade profissional, minha profissão, meu “ganha pão”, é meu ofício. Não sei o que poderia ser se não fosse psicóloga, mais especificamente psicóloga clínica.  Cuidar da alma, da essência é necessidade básica da minha psique.

Não é um trabalho fácil, mas fascinante, deslumbrante… Inclusive em todas as dificuldades que apresenta. Muitas vezes não trabalhamos apenas com o belo, com o que pode ser desenvolvido, transformado, “melhorado” … Vez ou outra, nos deparamos com pontos obscuros da psique humana difíceis de lidar. Em tais momentos, nos deparamos com nossos limites… Momentos em que sentimos uma inflação egóica e um desejo genuíno em querer tirar aquele que nos procura da própria escuridão, da autodestruição… Difícil perceber até onde podemos ir, o que podemos fazer, o que podemos iluminar e até que ponto não devemos parar, retroagir e em certos casos, até sair de cena… Louco pensar quão terapêutico pode ser sair de cena…

Ser psicóloga é um trabalho intenso, profundo e não conseguimos avançar com alguns casos se não avançamos em nós mesmos… Trabalharmos a nos mesmos o tempo todo: como me sinto, o que sinto; o que me toca, como me toca… E essa laboriosa reflexão nos torna os profissionais que cuidam do que é mais genuíno no ser humano: SUA ALMA!

Estava aqui refletindo e escrevendo estas palavras sobre nosso dia, tentando lembrar de alguma passagem de Jung que expressasse o que estou tentando transmitir e eis que recebo uma mensagem de felicitações pelo dia e que SINCRONICAMENTE traduz, não apenas por meio do texto de Jung que estava em busca, mas principalmente pela finalidade que ser psicóloga representa:

“Tudo que começa, sempre começa pequeno. Não nos deixemos abater pelo laborioso trabalho executado discreta, mas conscienciosamente, com cada pessoa em particular, embora nos pareça que a meta que buscamos está longe demais para ser atingida. No entanto, a meta do desenvolvimento e da maturação da personalidade individual está ao nosso alcance. E, na medida em que estamos convencidos de que o portador de vida é o indivíduo, se conseguirmos que pelo menos uma única árvore de frutos, ainda que mil outras permaneçam estéreis, já teremos prestado um serviço ao sentido da vida […]. Ao meu ver, a tarefa mais nobre da psicoterapia no presente momento é continuar firmemente a serviço do desenvolvimento do indivíduo. Procedendo dessa forma, o nosso esforço está acompanhando a tendência da natureza, isto é, estaremos fazendo com que desabroche em cada indivíduo a vida na maior plenitude possível, pois o sentido da vida só se cumpre no indivíduo, não no pássaro empoleirado dentro de uma gaiola dourada.” (Carl G. Jung)

Parabéns para nós!!!